quarta-feira, 6 de abril de 2011

Manoel de Barros...[sobre incompletude]


A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.

2 comentários:

  1. Estou sem ar. Esse Manoel me deixa tão sem palavras. Só posso dizer, pois é!
    Amo para sempre!

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  2. Keli, respondo ao seu comentário com palavras emprestadas de nosso poeta maior, Manoel de Barros:

    "É preciso propor novos enlaces para as palavras. Injectar insanidade nos verbos para que transmitam aos nomes seus delírios. Há que se encontrar a primeira vez de uma frase para ser-se poeta nela. Mas isso é tão antigo como menino mijar na parede. Só que foi dito de outra maneira".

    Delirante não? Bjo grande e obrigado pelas visitas!

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