quarta-feira, 15 de junho de 2011

Federico Garcia Lorca


Amor de minhas entranhas, morte viva, 
em vão espero tua palavra escrita 
e penso, com a flor que se murcha, 
que se vivo sem mim quero perder-te.


O ar é imortal. A pedra inerte 
nem conhece a sombra nem a evita. 
Coração interior não necessita 
o mel gelado que a lua verte.


Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias, 
tigre e pomba, sobre tua cintura 
em duelo de kordiscos e açucenas.


Enche, pois, de palavras minha loucura 
ou deixa-me viver em minha serena 
noite da alma para sempre escura.

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