Estive por aí...
Andei por velhos caminhos, pouco usados em minha trajetória, onde encontrei tantos que não fizeram nenhuma questão de me deixar marcas. Sempre estavam ocupados demais consigo mesmos. Por algum tempo quis retornar, mas não sabia como. Perdi o velho fio da meada. Me esqueci de deixar pedacinhos de pão pela estrada.
Depois de algum tempo, além do horizonte que não me permitia ver muita coisa exceto a correria, o gastar tempo com as coisas fúteis que não me completam, como estar extremamente ocupado com o trabalho, com os compromissos de gente grande, encontrei um vislumbre antigo. Uma matiz que mexeu com algo aqui dentro.
Talvez fosse apenas uma cor em meio ao cinza do dia a dia. Talvez uma pétala que se perdeu de sua flor e se deixou levar pelo vento além de seus limites. O fato é que estive por aí e não vi nada que tenha me aconchegado, me feito gente, me acalmado... nada que tenha me feito sentir não máquina. É... talvez eu tenha me en-maquenecido (sei que o neologismo é péssimo, mas não me ocorre nada melhor). Talvez meus neurônios poéticos estejam gastos e a vida tenha entrado nas engrenagens do mundo comum de quem nada vê além dos compromissos.
Voltei? Não sei... não sei dizer se é volta ou apenas uma fresta que se abre em meio à caminhada rumo a não sei onde. Não sei sequer se houve partida um dia. Ou se haverá retorno. Sei apenas que tenho saudades. E esta não se traduz.
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