segunda-feira, 29 de junho de 2015

Vamos falar de sacanagem?


Vamos falar de sacanagem? Vamos abrir os portões para a putaria? Não, não vamos falar sobre sexo e este post será, muito menos, sobre temas picantes.

Mas vamos falar sim sobre a sacanagem e a putaria que impera em nosso dia a dia. 

A mim não me espantam as diversas formas de amar ou demonstrar carinho que tantos condenam. Me espanta sim a sacanagem que impera na saúde pública, a putaria que é a educação e o tratamento dado à mesma pelos governantes. Me espanta a orgia que é feita com o dinheiro público, a falta de vergonha demonstrada na cobrança de impostos diuturnamente que nos obriga ao "trabalho escravo em liberdade".

Escandaliza-me ver aquela senhora aos oitenta anos de idade mendigar sua aposentadoria todos os meses. Deixa-me corado ver uma legião de pseudo pensadores em nossas redes sociais propagando ódio e intolerância infundada. Indigna-me rios de dinheiro sendo gastos com políticos filhos da puta enquanto multidões mendigam o pão de cada dia em sub empregos quando muito ou pelas ruas de nossas cidades.

Sacanagem para mim é a intolerância religiosa por parte dos que deveriam propagar o amor e não a dor; daqueles que deveriam falar e ser misericórdia e menos condenação. Putaria é a hipocrisia desenfreada que conduz à luta em prol da família e, após o protesto encontra-se com a/o amante no seu submundo particular.

Sacanagem é repetir textos e frases prontas propagadas pela mídia e sequer ter a coragem de ler um livro ou pensar por conta própria. Putaria é deixar de viver e se encantar com a vida perdendo-se no mar de lama que impera lá fora.

Sobre sexo? Não, não vamos falar sobre isso. Hoje apenas falaremos sobre sacanagem e putaria!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Milagre


"Milagre é quando tudo conspira contra, mas Deus vem de mansinho e com um sopro leve muda o rumo dos ventos. Milagre é quando o incerto nos abraça depois de nos atingir cruelmente com sua fúria. É quando respirar vira quase um suspiro de alivio e a vida devolve o sorriso como forma de retribuição por todo sofrimento. É o instante teimoso que resiste bravamente a um duro percurso e mantém-se em pé amparado pela força divina. É a decisão que escapa de nossas mãos, mas que antes de cair agarra-se com toda força a uma segunda chance. Milagre é o improvável gesto de carinho que impulsiona o ser humano a não deixar de acreditar."

(Fernando Gaona)

Visita


Um amigo vem e segura a sua mão e te abraça… 
Não perca essa oportunidade!
Porque Deus veio na forma da mão, do abraço… 
Na forma do amigo!

Osho

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Ensinamento


Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
“Coitado, até essa hora no serviço pesado”.
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

(Adélia Prado)

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Made in Manoel de Barros

Dedicatória

Impossível pensar e respirar poesia e simplicidade sem trazer à memória Manoel de Barros. 

O vídeo que apresento é daqueles que a gente não consegue parar de assistir. A sensibilidade que é mostrada deixa a vida mais leve, mais bela... mais poética... 

Vamos lá?


domingo, 14 de junho de 2015

Deus é Pai - Fábio de Melo






Quando o sol ainda não havia cessado seu brilho,
Quando a tarde engolia aos poucos
As cores do dia e despejava sobre a terra
Os primeiros retalhos de sombra
Eu vi que Deus veio assentar-se 
Perto do fogão de lenha da minha casa
Chegou sem alarde, retirou o chapéu da cabeça
E buscou um copo de água no pote de barro
Que ficava num lugar de sombra constante.
Ele tinha feições de homem feliz, realizado
Parecia imerso na alegria que é própria
De quem cumpriu a sina do dia e que agora
Recolhe a alegria cotidiana que lhe cabe.
Eu o olhava e pensava: 
Como é bom ter Deus dentro de casa!
Como é bom chegar a essa hora da vida
Em que tenho direito de ter um Deus só pra mim.
Cair nos seus braços, bagunçar-lhe os cabelos,
Puxar a caneta do seu bolso 
E pedir que ele desenhasse um relógio
Bem bonito no meu braço
Mas aquele homem não era Deus,
Aquele homem era meu pai
E foi assim que eu descobri 
Que meu pai com o seu jeito finito de ser Deus
Revela-me Deus com seu
Jeito infinito de ser homem.






sexta-feira, 12 de junho de 2015

Humildade




Senhor, fazei com que eu aceite 
minha pobreza tal como sempre foi. 

Que não sinta o que não tenho. 
Não lamente o que podia ter 
e se perdeu por caminhos errados 
e nunca mais voltou. 

Dai, Senhor, que minha humildade 
seja como a chuva desejada 
caindo mansa, 
longa noite escura 
numa terra sedenta 
e num telhado velho. 

Que eu possa agradecer a Vós, 
minha cama estreita, 
minhas coisinhas pobres, 
minha casa de chão, 
pedras e tábuas remontadas. 
E ter sempre um feixe de lenha 
debaixo do meu fogão de taipa, 
e acender, eu mesma, 
o fogo alegre da minha casa 
na manhã de um novo dia que começa.

Cora Coralina

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Entreolhares




Entreolhares é o meu segundo livro.

Seus primeiros textos nasceram aqui, no blog Café & Arte. Os outros vieram em seguida. Está pronto. Aguarda o nascimento para breve (assim esperamos).

Em 2014 foi selecionado pela Fundação de Cultura de Campo Grande MS - Fundac para publicação através do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura. Infelizmente a verba destinada à cultura em Campo Grande simplesmente não chegou até os artistas e só Deus sabe onde foi parar. Desta forma, nenhum centavo foi investido nos projetos selecionados (em torno de sessenta). 

A cultura segue amordaçada na cidade. Assim como outros setores.

Entreolhares segue calado pela irregularidade e desconsideração de alguns, sentindo as dores do parto, mas ainda sem poder nascer.

Não existe molhado igual ao pranto

Quando um artista se encontra com outro não podemos esperar nada menos que o máximo. Assim acontece com Zeca Baleiro cantando Zé Ramalho:


quarta-feira, 10 de junho de 2015

Manhã de sábado


Era manhã de sábado.
Deixou-se ficar ali, sentindo o sol acariciar seus pés enquanto a manhã adentrava pela janela aberta, vagarosamente!